Reencarnação Parte 15
Espiritismo
Espiritismo, doutrina espírita, kardecismo ou espiritismo kardecista é uma doutrina religiosa, filosófica, mediúnica e moderno espiritualista de moral cristã codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, que usava o pseudônimo Allan Kardec. Ele criou o termo espiritismo em 1857 e o definiu como "a doutrina fundada sobre a existência, as manifestações e o ensino dos espíritos". Mesmo não sendo reconhecido como ciência,Kardec dizia que o espiritismo alia aspectos científicos, filosóficos e religiosos, buscando uma melhor compreensão não apenas do universo tangível, mas também do universo a esse transcendente.
No século 19, o francês Hippolyte Leon Denizard Rivail – ou Allan Kardec – e outros estudiosos dedicaram-se a um tema então em voga na Europa: os fenômenos das mesas giratórias, em que os sensitivos alegavam que espíritos se manifestavam com o mundo dos vivos. Kardec escreveu uma série de livros sobre as experiências mediúnicas que observou e, tendo como base a ideia da reencarnação, fundou a doutrina espírita. Para os espíritas, reencarnação é um ponto pacífico. Mas muitos deles preferem dar crédito a relatos embasados no cientificismo.
Depois de observar e analisar as mesas girantes, o professor Rivail ficou intrigado com o fato de que como poderia a mesa se mover se ela não possui músculos ou formular respostas se ela não tem um cérebro. E foi o próprio agente causador do fenômeno que teria respondido: "Não é a mesa que pensa! Somos nós, as almas dos homens que viveram na Terra". Rivail foi então estudar este e outros fenômenos, tal como a chamada "incorporação" e a mediunidade.
O espiritismo é grande divulgador da doutrina da reencarnação no Brasil e na maioria dos países ocidentais, defendendo que a reencarnação é um processo obrigatório até o espírito não precisar mais reencarnar e isso se dá quando ele se torna um espírito puro. A reencarnação é uma oportunidade para o espírito se aperfeiçoar, intelectualmente, através do trabalho e estudo, e moralmente, através do amor ao próximo, ou seja, caridade. Assim, ela é vista como uma bênção pelo espírito, pois é uma oportunidade de progresso. Além de trabalhar para o seu desenvolvimento, o espírito quando reencarna, também vêm expiar faltas que cometeu em encarnações anteriores. Por exemplo, um assassino em série poderá reencarnar sem os braços e sem as pernas, para que aprenda a amar mais o seu próximo, pois nessa condição precisaria constantemente dos outros; ou por exemplo, uma mãe que menosprezou seu filho, poderia reencarnar em uma família que a menosprezasse, compelindo-a a repensar seus atos. Cada reencarnação é minuciosamente planejada pelos espíritos superiores, para dar a máxima oportunidade do espírito reencarnante de se desenvolver, e obter o máximo de proveito de sua encarnação.
Para boa parte das religiões cristãs, a reencarnação está em desconformidade aos ensinamentos da Bíblia, a ressurreição, ao conceito de salvação e do eterno suplício. Exemplificam a passagem do apostolo Paulo que determina o estado de toda a humanidade após a morte. "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo. Para a doutrina espírita, entretanto, a reencarnação foi confundida pelo nome de ressurreição, que significa literalmente "voltar à vida", resultando as diversas causas de anfibologia. A crença de que o homem poderia reviver é antiga e fazia parte dos dogmas judeus, porém não era determinado de que maneira o fato iria ocorrer, pois apenas tinham vagas e incompletas noções acerca da alma e de sua ligação com o corpo. Segundo alguns adeptos do espiritismo, o apostolo Paulo na citação anterior, desvenda a duvida referente à ressurreição e desfaz a crença da volta do espírito no corpo que já está morto para morrer segunda vez no mesmo, sobretudo quando os elementos da matéria orgânica já se acham dispersos e absorvidos pelo tempo, pois todos os homens morrem apenas uma vez a cada existência corpórea. Afirmam ainda que o "juízo" refere-se ao estado individual (não coletivo) que sucede a morte do corpo (erraticidade). Embora não resolva profundamente o problema da ambiguidade diversas passagens bíblicas enfatizam a reencarnação, segundo o espiritismo, em Jó 14:10-14.
Ainda para o espiritismo, a reencarnação é uma prova da justiça de Deus, que dá inúmeras oportunidades para o espírito se aperfeiçoar, em vez de mandá-lo para o céu, ou o inferno eterno porque simplesmente nasceu em uma família que não lhe deu a educação adequada. Segundo essa mesma doutrina, se o espírito se entrega à corrupção dos valores ético-morais, ele terá "incontáveis" oportunidades de se aperfeiçoar, angariando parte das consequências funestas, pelos crimes que cometeu, para suas próximas reencarnações.
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