Jainismo - Parte 2
Origens
Segundo os historiadores da religião, o jainismo estabeleceu-se na Índia em meados do primeiro milénio a.C.. O seu fundador foi o Mahavira, existindo duas propostas para o período em que viveu: 599 a.C. - 527 a.C. (data tradicional apontada pelo jainismo) ou 540 a.C. - 470 a.C. (segundo os académicos). Nasceu perto de Patna, naquilo que é hoje o estado do Bihar. Foi um contemporâneo de Buda, tendo pregado na mesma região geográfica, embora não conste que os dois mestres se tenham alguma vez encontrado. Pertencia à casta dos guerreiros (xátrias), casou, viveu no luxo até que por volta dos trinta anos tornou-se um mendigo errante.
Entregou-se a longos processos ascéticos até obter a iluminação, tendo consagrado os restantes trinta ou quarenta anos da sua vida a pregar a sua doutrina. Faleceu em Pavapuri, no Bihar, que é desde então um dos principais locais de peregrinação jaina.
De acordo com os jainas, a sua religião é eterna, tendo sido a doutrina revelada ao longo de várias eras pelos tirthankaras, palavra que significa "fazedores de vau", ou seja, alguém que ensinou o caminho. Os tirthankaras foram almas nascidas como seres humanos que alcançaram a libertação (moksha) do ciclo dos renascimentos através da renúncia e que transmitiram os seus ensinamentos aos homens. Na presente era existiram 24 tirthankaras. O último desses tirthankaras foi o Mahavira, que os jainas não consideram como o fundador do jainismo, mas antes aquele que lhe deu a sua forma actual. O 23.º tirthankara foi Parshva, que os historiadores consideram ter sido provavelmente uma figura histórica que viveu cerca de três séculos antes do Mahavira. Os jainas acreditam que Parshva pregou os quatro grandes princípios do jainismo, a saber: não violência (ahimsa), evitar a mentira, não se apropriar do que não foi dado e não se apegar às posses materiais; o mahavira acrescentou o princípio da castidade.
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