Dilúvio
Os capítulos de 6 a 9 descrevem a história de Noé, um herói que constrói uma arca e sobrevive a um dilúvio universal junto com sua família e animais de todas as espécies. A crítica literária moderna identifica dois relatos entrelaçados no texto, um de origem na fonte Javista e outro oriundo da fonte sacerdotal. O relato javista descreve Noé como um camponês que plantou uma vinha, já o relato sacerdotal o coloca como um segundo pai da humanidade, com quem Deus fez uma aliança. As incongruências entre as duas narrativas levaram alguns críticos a insistir que os relatos não possuíam o mesmo tema. A combinação das duas histórias produziu duplicações (como 6:13-22 e 7:1-5) e contradições como a cronologia do dilúvio (8:3-5, 13-14 contra 7:4, 10, 12, 17b; 8:6, 10, 12) e o número de animais na arca (6:19-20; 7:14-15 contra 7:2-3). Deve ser notado também que alguns eruditos, mesmo reconhecendo duas narrativas do dilúvio, acreditam que a redação final deva ser compreendida como um todo, isto é, o trabalho do redator foi o de juntar duas narrativas em um trabalho composto final, mesmo sem a preocupação com a consistência do texto. Ambos os relatos remetem à antiga história de dilúvio registrada na Epopeia de Gilgamesh.
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