Animismo
Animismo (do latim animus, "alma, vida") é a visão de mundo em que entidades não humanas (animais, plantas, objetos inanimados ou fenômenos) possuem uma essência espiritual. O animismo é a crença de que tudo tem uma alma ou espírito, uma anima em latim, inclusive os animais, plantas, rochas, montanhas, rios e estrelas. Os animistas acreditam que cada anima é um espírito poderoso que pode ajudar ou prejudicá-los e devem ser adorados, temidos ou de alguma forma reconhecidos. O animismo é uma religião primitiva cujos adeptos têm por milhares de anos divinizados animais, estrelas e ídolos de qualquer espécie e praticado o espiritismo, feitiçaria, adivinhação e a astrologia. Eles usam a magia, feitiços, encantamentos, superstições, amuletos, talismãs ou qualquer coisa que acreditem que vai ajudar a protegê-los contra os maus espíritos e aplacar os espíritos bons. O animismo é usado na antropologia da religião como um termo para o sistema de crenças de alguns povos tribais indígenas, especialmente antes do desenvolvimento de religiões organizadas. As fés animistas geralmente têm uma crença no renascimento e na reencarnação, seja como outro humano, ou um animal, uma árvore ou uma estrela. Qualquer coisa pode ser um antepassado e, de certa forma, isso é verdade, já que os cientistas dizem que cada coisa no universo é criada a partir do mesmo pó espacial — toda a matéria é reciclada e reutilizada.
Apesar de cada cultura ter suas próprias mitologias e rituais diferentes, o "animismo" é um termo usado para descrever o segmento mais comum e fundacional das perspectivas "espirituais" ou "sobrenaturais" dos povos indígenas. A perspectiva animística é tão fundamental, mundana e diária que os povos indígenas mais animistas sequer têm uma palavra em seus idiomas que corresponda a "animismo" (ou mesmo a "religião");o termo é uma construção antropológica, e não uma designação dada pelos próprios povos. Em grande parte devido a essas discrepâncias etnolinguísticos e culturais, existe um debate sobre se o animismo refere-se a uma ampla crença religiosa ou a uma religião de pleno direito. A definição atualmente aceita de animismo só foi desenvolvida no final do século XIX por sir Edward Tylor, que criou-o como "um dos primeiros conceitos da antropologia, se não o primeiro". O animismo abrange a crença de que não há separação entre o mundo espiritual e físico (ou material) e de que existem almas ou espíritos, não só em seres humanos, mas também em alguns outros animais, plantas, rochas, características geográficas (como montanhas ou rios) ou de outras entidades do meio ambiente natural, como o trovão, o vento e as sombras. O animismo rejeita, assim, o dualismo cartesiano. Exemplos de animismo podem ser encontrados em formas de xintoísmo,o hinduísmo, o budismo, a cientologia, jainismo, paganismo, e neopaganismo. Alguns membros do mundo não tribal também se consideram animistas (como autor Daniel Quinn, o escultor Lawson Oyekan e muitos neopagãos).
Na literatura espírita, o termo "animismo" é usado para designar um tipo de fenômeno produzido pelo próprio espírito encarnado, sem que este seja um instrumento mediúnico da ação espiritual e sim o artífice dos fenômenos em questão. De forma mais específica, outros autores, a citar Therezinha Oliveira, costumam utilizar-se desta nomeação para designar o fenômeno em que o médium revive suas próprias recordações do pretérito, expressando-as muitas vezes nas próprias reuniões mediúnicas. Por ser ele o autor das palavras ditas, este fenômeno anímico muitas vezes é mal visto devido à possibilidade de mistificação e pela ausência do espírito comunicante, não sendo, desta forma, um fenômeno mediúnico.
Para melhor entendimento desse fenômeno, podem-se usar as denominações utilizadas pelo pesquisador espírita Hermínio C. Miranda, quais sejam, a de chamarmos o espírito, que, segundo o espiritismo, em sua existência infinita, tem um número incontável de experiências na matéria, de individualidade, enquanto cada uma das existências do mesmo é uma personalidade.
Dessa forma, admitida a pluralidade das existências, conclui-se que a individualidade deve possuir um conhecimento imensamente superior ao de cada uma de suas personalidades, pois soma ao conhecimento da atual personalidade tudo o que aproveitou das que representou nas existências pregressas. Todavia, estas palavras não devem ser interpretadas como sendo uma personalidade isolada, diversa em cada existência física. O espírito é artífice de si mesmo, e progride continuamente, a partir das experiências encarnatórias, apresentando uma ascensão moral e intelectual contínua que soma-se a cada encarnação.
Desse modo, na manifestação anímica, o médium pode expressar muitos conhecimentos que ele, enquanto encarnado, não possui. Daí decorre, muitas vezes, que não há como se saber se uma manifestação é anímica ou realmente mediúnica, ocorrendo esta última tão somente quando o espírito que se comunica não é o que está encarnado, ou seja, não é o médium, e sim uma individualidade desencarnada, um espírito. Os fenômenos espíritas (produzidos por um espírito) podem ser divididos em dois grupos: os fenômenos anímicos (quando é produzido pelo encarnado, com suas próprias faculdades espirituais, sem o uso dos sentidos físicos, graças à expansão de seu perispírito; os fenômenos mediúnicos, produzidos por um espírito por intermédio do médium. Ainda segundo Therezinha de Oliveira, quanto maior o grau de expansão do perispírito, mais expressivo poderá ser o fenômeno anímico, pois o encarnado poderá desfrutar mais de maior liberdade em relação ao corpo, passando a atuar mais como um espírito liberto.
Entretanto, mostra-se difícil separar o fenômeno anímico do mediúnico, pois:
- São as próprias capacidades anímicas dos médiuns que os fazem instrumentos para a atuação dos espíritos;
- Nem sempre podemos definir, com precisão, se o fenômeno está ou não sendo provocado ou coadjuvado por espíritos. Na grande maioria das vezes, o que ocorre é um estado intermediário com maior ou menor participação do espírito encarnado no médium em relação ao espírito desencarnado que por ele se expressa.
E este foi o Animismo.
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