Reencarnação Parte 4


Fundamentação

As primeiras camadas do texto védico incorporam o conceito de vida, seguido de uma vida após a morte no céu e no inferno, baseada em virtudes cumulativas (mérito) ou vícios (demérito). No entanto, os antigos rishis védicos desafiaram essa ideia de vida após a morte como simplista, porque as pessoas não vivem vidas igualmente morais ou imorais. Entre vidas geralmente virtuosas, algumas são mais virtuosas; enquanto o mal também tem graus, e os textos afirmam que seria injusto que as pessoas, com graus variados de virtude ou vícios, terminassem no céu ou no inferno, "ou um, ou outro" e de maneira desproporcional, independentemente de quão virtuosas ou cruéis suas vidas foram. Eles introduziram a ideia de uma vida após a morte no céu ou no inferno, proporcionalmente ao mérito da pessoa.

Comparação

Os primeiros textos do hinduísmo, budismo e jainismo compartilham os conceitos e terminologia relacionados à reencarnação. Eles também enfatizam práticas virtuosas semelhantes e karmas como necessários para a libertação e o que influencia os renascimentos futuros. Por exemplo, os três discutem várias virtudes – às vezes agrupadas como Yamas e Niyamas – como não violênciaveracidadenão roubarnão possessividadecompaixão por todos os seres vivos, caridade e muitas outras.
Hinduísmo, budismo e jainismo discordam em suas suposições e teorias sobre o renascimento. O hinduísmo baseia-se em sua suposição fundamental de que há um self permanente e imutável, "a alma, o Eu existe" (Atman, attā), em contraste com a suposição budista de que não há um self ou ego permanente (Anatta, anatman). As tradições hindus consideram a alma a essência eterna imutável de um ser vivo e aquilo que viaja através das reencarnações até atingir o autoconhecimento. O budismo, em contraste, afirma uma teoria do renascimento sem um eu permanente, mas que ocorre uma transmissão e continuidade dos agregados mentais passageiros ao longo das vidas, considerando um processo de realização do nirvana (nibbana). Assim, o budismo e o hinduísmo iniciais têm uma visão muito diferente sobre a existência do eu ou alma absoluta, o que afeta os detalhes de suas respectivas teorias do renascimento.
A doutrina da reencarnação no jainismo difere da do budismo, embora ambas sejam tradições sramana não-teístas. O jainismo, em contraste com o budismo, aceita a suposição fundamental de que a alma existe (Jiva) e afirma que essa alma está envolvida no mecanismo do renascimento. Além disso, o jainismo considera o ascetismo como um importante meio de libertação espiritual que encerra toda reencarnação, enquanto o budismo não.

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