Gênesis Parte 5

Segundo relato da criaçãoO segundo relato da criação descreve Deus (chamado de Iavé) formando o primeiro homem (Adão) da poeira e assoprando-lhe vida pelas narinas, plantando o jardim, formando os animais e pássaros e, finalmente, criando a primeira mulher, Eva, para ser sua companheira. Iavé tendo criado o jardim do Éden, manda que o homem o trabalhe e tome conta dele, permite que coma de todas as árvores exceto da árvore do conhecimento do bem e mal porque no dia que o homem dela comesse certamente morreria. Iavé já havia criado os animais e, então, apresenta-lhes todos a Adão e esse é incapaz de encontrar uma auxiliar satisfatória entre eles, então Iavé adormece Adão e retira-lhe uma costela, da qual cria a mulher, que Adão nomeia Eva (heb. ishshah, "mulher") porque foi tirada do homem (heb. ish, "homem"). Por causa disso, "deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne". Genesis 2 termina com a nota de que homem e mulher estavam nus e não se envergonhavam. Genesis 3 introduz a serpente, "a mais astuta dos animais do campo", a serpente convence a mulher a comer da árvore do conhecimento, dizendo-lhe que não morreriam, mas tornar-se-iam como deuses. Eva aquiesce e oferece o fruto ao homem, que também come do fruto e "seus olhos foram abertos" e deram-se conta de que estavam nus. Cobriram-se então com folhas de figueira e esconderam-se de Iavé. Iavé pergunta o que fizeram. Adão culpa Eva e Eva culpa a serpente. Iavé amaldiçoa a serpente e então amaldiçoa Adão e Eva com o trabalho pesado e dores de parto. Iavé fez túnicas de peles para ambos e, sendo o homem "como um de nós, sabendo o bem e o mal" e para impedir-lhe de comer da árvore da vida, os expulsa do jardim e coloca um querubim armado com uma espada de fogo a cuidar as portas da terra de onde haviam sido expulsos. Este segundo relato é estimado ser muito mais antigo que o primeiro e reflete um contexto literário e histórico distinto. Sua apresentação usa imagens provenientes da antiga tradição pastoral de Israel e trata da criação do primeiro homem e da primeira mulher no Jardim do Éden e encontra paralelos na história de Atrahasisuma epopeia acadiana do século XVIII a.C. Os povos da antiguidade observam a decomposição dos corpos das pessoas mortas, que se convertiam em pó, em sua interpretação. Esse fato os levou a postular que o homem era feito essencialmente de pó. Esse conceito era compartilhado por diversos povos como os babilônicos, egípcios, gregos e romanos. De fato, um grande número de mitos de criação de toda as partes do mundo descrevem a criação a partir de material do solo, normalmente, argila. O mais antigos dos mitos de criação conhecido, o dos sumérios da Mesopotâmia, conhecido como Eridu Genesis, descreve a criação dos homens a partir de barro por deuses embriagados, que os deixaram cheios de imperfeições. A história de Adão e Eva, embora superficialmente diferente, encontra íntimos paralelos com a história de Enkidu, um selvagem esculpido pelos deuses a partir de argila, e Shamhat, uma rameira contratada para seduzi-lo. Após seis dias e sete noites com a rameira, Enkidu não mais é servido pelos animais e plantas da floresta e "perdera sua força pois agora tinha o coração dentro de si, e os pensamentos do homem ocupavam seu coração" e Shamhat lhe disse "És sábio, Enkidu, e agora te tornaste semelhante a um deus". Na cultura do Antigo Oriente Médio, as palavras "fruto" e "conhecimento" carregam forte conotação sexual, inbu, por exemplo, significa tanto "fruto" como "sexo" em babilônico, enquanto "conhecimento" em hebreu pode significar "relação sexual". A serpente era uma figura amplamente difundida na mitologia do Antigo Oriente Médio. Diversos objetos de culto foram descobertos por arqueólogos no estrato da Idade do Bronze em diversas cidades pré-israelitas em Canaã: dois em Megidoum em Gezer, um no sanctum sanctorum da área do templo H em Hazore dois em Shechem. Na região circundante, o santuário hitita da baixa idade do bronze continha estátuas em bronze de um deus segurando uma serpente em uma mão e um bastão em outra. Na Babilônia do século XI a.C., um par de serpentes de bronze emoldurava cada uma das entradas do templo de EsagilaOs antigos mesopotâmicos e semitas acreditavam que a serpente era imortal por ser capaz de mudar de pele. Na Epopeia de Gilgamesh, Gilgamesh obtém a flor de uma "maravilhosa planta" que poderia "devolver ao homem toda a sua força perdida", uma serpente, no entanto, roubou-lhe a flor e imediatamente trocou de pele. A doutrina do pecado original, defendida por alguns cristãos, segundo a qual o homem nasce com pecados, tem origem nesse relato da Gênesis, em especial na desobediência de Adão e Eva ao comer do fruto proibido por Iavé.

Comentários

Postagens mais visitadas