HISTÓRIA DA BÍBLIA - PARTE 2


Antigo Testamento

Antigo Testamento é a primeira das duas seções nas quais está dividida Bíblia cristã; a segunda é o Novo Testamento. O Antigo Testamento inclui os livros da Bíblia hebraica (Tanaque), chamados de livros protocanônicos, e, em várias denominações cristãs, os livros chamados "deuterocanônicos". Católicosprotestantes e ortodoxos utilizam diferentes cânones ("conjunto de livros"), que diferem entre si em quais textos devem ser incluídos no Antigo Testamento. 
As Escrituras Hebraicas, conhecidas pelos cristãos como Antigo Testamento, têm 46 livros (39 livros na versão usada pelos cristãos protestantes) e constitui a totalidade da Bíblia hebraica (dividida em 24 livros no Judaísmo, pois alguns dos livros que são divididos pelos cristãos em dois na realidade são apenas um. Ex: 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas) e a primeira grande parte da Bíblia cristã. Foram compostos em sua grande maioria em hebraicogrego e partes em aramaico.
Chama-se também Tanakhacrônimo lembrando as grandes divisões dos escritos sagrados da Bíblia hebraica que são os Livros da Lei (ou Torá), os livros dos profetas (ou Nevi'im), e os chamados escritos (Ketuvim). Entretanto, os cristãos dividem o Antigo Testamento em outras partes, e reordena os livros dividindo-os em categorias; Leihistóriapoesia (ou livros de sabedoria) e Profecias.
O termo Antigo Testamento, apesar de comum, é muitas vezes considerado pejorativo pelos judeus, pois pode ser interpretado como inferior ou antiquado ao Novo Testamento dos cristãos. Já a expressão Bíblia hebraica é adotada por alguns estudiosos para tentar evitar algum sectarismo.
As Escrituras Hebraicas ou Antigo Testamento são uma coleção de escritos religiosos dos antigos hebreus, acreditados por muitos judeus e cristãos religiosos como a sagrada Palavra de Deus.
Muitos séculos antes do nascimento do homem que é considerado o Messias pelos cristãos, que os judeus acreditam ainda estar por vir, escribassacerdotesprofetasreis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história como um povo e de sua religião monoteísta, ou seja, uma religião que acredita na existência de um único Deus, com estes livros dando destaque a relação deste povo com a divindade de sua religião. Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por a Lei, os Profetas e os Escritos.
Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Rabínico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C..
A Lei compreende os primeiros cinco livros ("Gênesis", "Êxodo", "Levítico", "Números" e "Deuteronômio"). Já os Profetas são subdivididos em Profetas Anteriores e Profetas Posteriores. O primeiro subgrupo inclui: JosuéJuízesSamuel e Reis (os dois últimos livros são divididos, respectivamente, em duas partes na Bíblia Cristã). O segundo subgrupo inclui: Isaías, JeremiasEzequiel e os Doze Profetas Menores. Os Escritos também são organizados em duas subcategorias: Poéticos e Históricos. Os Poéticos reúnem o grande livro de poesia, os Salmos, além de ProvérbiosEsterCantares de SalomãoRuteLamentações e Eclesiastes. Já os Históricos reúnem os livros de DanielEsdrasNeemias e Crônicas (este último também é dividido em duas partes na Bíblia Cristã).
Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora a Lei ocupasse espaço maior, sendo escrita em dois grandes pergaminhos.
aramaico foi a língua original de algumas partes dos livros de Daniel e de Esdras. Hoje tem-se conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico.
Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e por isso, se assemelha muito ao pergaminho que os cristãos alegam que Jesus de Nazaré teria utilizado numa sinagogaem sua cidade natal. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.
Diferentes tradições cristãs possuem um diferente cânone para o Antigo Testamento. A Igreja Católica Romana utilizou, a partir do século I, como canônica a versão chamada Septuaginta, que foi uma tradução dos escritos hebraicos para o grego, feita antes mesmo do fechamento do cânone hebraico na tradição judaica. Assim, a Septuaginta inclui material que não foi incluído na Bíblia Hebraica, de fontes diferentes e divergentes, inclusive material original já escrito em grego. Os defensores da reforma protestante excluíram do cânone todos os livros ou fragmentos que não correspondiam ao texto hebraico massorético, e como resposta a isso o Concílio de Trento em 1546 determinou, em seu Cânone oficial, que os livros de JuditeTobiasSabedoriaEclesiástico (Sirácida), BaruqueI Macabeus e II Macabeus, os capítulos 13 e 14 e os versículos 24 a 90 do capítulo 3 de Daniel (vide Adições em Daniel), os capítulos 11 a 16 de Ester (Adições em Ester), todos existentes em língua grega, deveriam ser tratados como canônicos, ao passo que os textos conhecidos como Oração de Manassés e os livros de III e IV Esdras não mais o seriam. A Igreja Católica Ortodoxa acabou por decidir pela inclusão de Tobias, Judite, Sirácida e Sabedoria.
Em outras tradições cristãs existe mais material adicional, como por exemplo na Bíblia Etíope e na Bíblia Copta. A tradição reformada optou por seguir o cânone estabelecido pela tradição judaica, porém mantendo a diferente ordem dos livros.
O Antigo Testamento trata basicamente das relações entre Deus e o povo Israelita. Existem vários nexos temáticos entre os livros de acordo com suas divisões (seja a hebraica ou a cristã). Única entre essas tradições é a primeira divisão, a Torá ou Pentateuco, que trata da história sagrada do povo de Israel, a partir da criação do mundo até a ocupação da Terra, passando pela legislação litúrgica e religiosa. Tradicionalmente, a Torá ou Lei é atribuída a Moisés e, depois de sua morte, terminada por Josué; porém, muitos autores defendem que a formação da Torá foi um processo longo passando por diversos grupos de autores até sua adoção uniforme pós-exílica. 
Martinho Lutero, baseando-se no precedente judaico e em outros, excluiu os livros deuterocanônicos do Antigo Testamento de sua tradução da Bíblia, movendo-os para uma seção que ele chamou de "Apócrifos" ("escondidos"). Para conter a heresia de Lutero, os católicos, na quarta sessão do Concílio de Trento (1546), confirmaram que os livros deuterocanônicos tinham a mesma autoridade que os protocanônicos no chamado "Cânone de Trento", publicado no ano da morte de Lutero. Seguindo o princípio "veritas hebraica" ("verdade da hebraica") de Jerônimo, o Antigo Testamento protestante consiste nos mesmos livros da Bíblia hebraica, mas com a divisão dos livros e a ordem deles alterada (são 39 na Bíblia protestante e 24 na hebraica.
As diferenças entre a Bíblia hebraica e as outras versões do Antigo Testamento, como o Pentateuco Samaritano, a Peshitta síria, a Vulgata latina, a Septuaginta grega, a Bíblia Etíope e outros cânones são mais substanciais. Muitos destes cânones incluem livros e seções de livros que outros descartam. 
O Antigo Testamento trata basicamente das relações entre Deus e o povo Israelita. Existem vários nexos temáticos entre os livros de acordo com suas divisões (seja a hebraica ou a cristã). Única entre essas tradições é a primeira divisão, a Torá ou Pentateuco, que trata da história sagrada do povo de Israel, a partir da criação do mundo até a ocupação da Terra, passando pela legislação litúrgica e religiosa. Tradicionalmente, a Torá ou Lei é atribuída a Moisés e, depois de sua morte, terminada por Josué; porém, muitos autores defendem que a formação da Torá foi um processo longo passando por diversos grupos de autores até sua adoção uniforme pós-exílica. Quanto ao texto transmitido, não chegou até nós nenhum rolo original de qualquer material bíblico. Atualmente os documentos mais antigos que ainda existem são oriundos do século II a.C., tais como o chamado Papiro Nash, encontrado em 1902, no Egito, que contêm o decálogo e o texto da confissão de fé hebraica Shma Israel (Deuteronômio 6:4), e os manuscritos do Mar Morto encontrados em Qumran, sendo estes datados do século II a.C. até aproximadamente 70 d.C e que incluem diversos fragmentos de textos de praticamente todos os livros da Bíblia Hebraica, com a exceção de EsterA partir de 100 d. C. a tradição fariseu-rabínica passou a dominar no judaísmo e desenvolveu-se um método de auxílio na transmissão do texto, inclusive a correta vocalização. Os estudiosos que trabalharam para manter a originalidade do texto, especialmente com o declínio do hebraico como língua falada, eram chamados de massoretas e terminaram por elaborar um texto que passou a ganhar autoridade oficial entre os séculos VII e X, chamado de texto massorético. Oriundos dessa tradição existem dois manuscritos importantes que baseiam as edições críticas do texto atual: O Codex Leningradensis e o Codex Aleppo.
A subdivisão do texto em capítulos e versículos não vem do texto original. A primeira divisão existente foi a divisão do texto da Torá (Pentateuco) em 54 parashot que são leituras semanais para o ano litúrgico judaico. A divisão por capítulos foi introduzida pelos cristãos com o objetivo prático de auxiliar a referência a textos. Uma das atuais divisões em capítulos foi realizada por Stephan Langton por volta de 1200 d.C. e foi adotada primeiramente num manuscrito hebraico no século XIV. A divisão em versículos foi resultado de um processo que só chegou ao final no século XVI. Por isso a tradição reformada, que rompeu com a tradição católica romana antes desse período, possui diferenças na contagem de capítulos e versículos.
Novo Testamento
Novo Testamento (do grego: Διαθήκη Καινὴ, Kaine Diatheke) é o nome dado à coleção de livros que compõe a segunda parte da Bíblia cristã, sendo que a primeira parte é chamada pelos cristãos de Antigo Testamento. O Novo Testamento apresenta os ensinamentos e a pessoa de Jesus, bem como os eventos originários do cristianismo do primeiro século. Os cristãos consideram o Antigo e o Novo Testamento como uma mesma escritura sagrada.
O Novo Testamento é uma coleção de textos cristãos originalmente escritos em grego koiné. Em quase todas as tradições cristãs atuais o Novo Testamento consiste de 27 livros. O Novo Testamento ou Nova Aliança é uma expressão usada pelos cristãos para indicar a nova aliança estabelecida por Deus com os homens através de Jesus Cristo. Os textos têm como pano de fundo histórico um ambiente semítico.
Os livros do Novo Testamento serviram como fonte para a teologia cristã. Essa coleção de 27 livros influenciou não apenas a religião, a política e a filosofia, mas também deixou sua marca permanente na literatura, na arte e na música.
Fazem parte dessa coleção de textos as 13 cartas do Apóstolo Paulo (maior parte da obra), os evangelhos de MateusMarcosLucas e João (narrativas da vida, ensino, morte e ressurreição de Jesus Cristo, conhecidos como os Quatro Evangelhos), Atos dos Apóstolos (narrativa do ministério dos Apóstolos e da história da Igreja primitiva), epístola aos Hebreus, além das epístolas 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas (não o traidor) e por fim, o Apocalipse do apóstolo João.
Nem todos esses livros foram aceitos imediatamente pelos primeiros cristãos. Alguma dessas cartas foram contestadas na antiguidade (antilegomena), como Apocalipse de João e algumas Epístolas menores (II PedroJudasTiagoII e III João). Entretanto, gradualmente eles se juntaram a coleção já existente que era aceita pelos cristãos, formando o cânone do Novo Testamento. Outros livros, como o Pastor de Hermas, a epístola de Policarpo, as de Inácio e as de Clemente (I e II Clemente), circularam na coleção antiga de livros que era aceita por algumas comunidades cristãs. Porém, esses livros foram excluídos do Novo Testamento pela Igreja primitiva.
Curiosamente, apesar do Cânone do Antigo Testamento não ser aceito uniformemente dentro do cristianismo (católicosprotestantesortodoxos gregoseslavos e armênios divergentes quanto aos livros incluídos no Antigo Testamento), os 27 que formam o Cânon do Novo Testamento foram aceitos quase que universalmente dentro do cristianismo, pelo menos desde o século III. As exceções são o Novo Testamento da Igreja Ortodoxa da Etiópia, por exemplo, que considera autêntico o Pastor de Hermas (séc. II) e a Peshitta, Bíblia da Igreja Ortodoxa Síria, utilizada por muitas Igrejas da Síria, que não inclui o Apocalipse de João na lista de livros inspirados.
Os 27 livros do Novo Testamento foram escritos em diversos lugares e por autores diferentes que classificaram seus escritos como inspirados, ao lado dos escritos do Antigo Testamento. Entretanto, diferente do Antigo Testamento, o Novo foi produzido em um curto espaço de tempo, durante menos de um século. Esses livros eram respeitados, colecionados e circulavam na igreja primitiva como Escrituras Sagradas. O fato desses livros terem sido lidos, citados, colecionados, e passados de mão em mão dentro das igreja do início do cristianismo, assegura que a Igreja Primitiva os tinham como proféticos ou divinamente inspirados desde o começo. A divisão do Novo Testamento em seções e versículos é atribuída a Amônio de Alexandria, do século III, e a Eutálio de Alexandria, no século V d.C., que continuou o trabalho de Amônio.
A palavra Evangelho significa "Boas Novas". Eles referem-se ao nascimento do Messias prometido. Cada um dos quatro evangelhos do Novo Testamento narra a história da vida, da morte e da ressurreição de Jesus de Nazaré. Esses evangelhos são composições anônimas que levam o nome dos seus autores no título. Assim, no século II esses livros eram denominados na seguinte fórmula: "O Evangelho de..." ou "O Evangelho segundo..." (Em grego: τὸ εὐαγγέλιον κατὰ ...) + nome do evangelista que foi o autor do evangelho. Todos os quatro evangelhos foram reunidos logo após o Evangelho de João ter sido escrito. A coleção de quatro livros era conhecida como "O Evangelho" no começo do segundo século. Assim, o cristianismo primitivo sempre aceitou esses evangelhos porque conheciam seus autores. Os evangelhos de Mateus, Marcos e João parecem ter sido escritos como biografias, seguindo o modelo da antiguidade, enquanto Lucas e Atos parece ter sido composto como uma monografia histórica em dois volumes. São eles: 
  • Evangelho de Mateus - atribuído ao apóstolo Mateus. Este evangelho começa com a genealogia de Jesus e a história do seu nascimento. Termina com o comissionamento dos discípulos por Jesus depois de ressuscitado. O principal objetivo do evangelho de Mateus é mostrar para os judeus que Jesus era o Messias. Apesar dos vários debates sobre sua datação, ele provavelmente foi escrito depois da morte de Jesus (31 d.C.) entre os anos 50-65 d.C.. Era considerado o manifesto da Igreja de Jerusalém e, por conseguinte, o documento fundamental do início da fé cristã.
  • Evangelho de Marcos - atribuído a Marcos, o Evangelista. Marcos não era um dos doze apóstolos de Jesus, mas foi um dos ajudantes de Paulo e depois de Pedro. Segundo os pais da igreja, o evangelho de Marcos foi escrito com base no ensino do apóstolo Pedro, depois de uma palestra feita em Roma para os pagãos por volta do ano 65 d.C.. Este evangelho começa com a pregação de João Batista e o batismo de Jesus. Alguns manuscritos antigos não trazem os versículos 9-20 do último capítulo, outros manuscritos apresentam finais diferentes.
  • Evangelho de Lucas - atribuído a Lucas, que também não foi um dos doze apóstolos, mas é mencionado no Novo Testamento como companheiro do apóstolo Paulo (II Timóteo 4:11) e médico (Colossenses 4:14). O autor não foi testemunha ocular das coisas que registrou, mas fez uma minuciosa investigação com essas pessoas que presenciaram os fatos contidos nesse evangelho (Lucas 1:1-4). Ele é dirigido para alguém chamado Teófilo, que até hoje é desconhecido. Este evangelho começa com histórias paralelas do nascimento e da infância de João Batista e Jesus e termina com as aparições de Jesus ressuscitado e sua ascensão ao céu. Seu objetivos era contar a história de Cristo a partir dessas testemunhas oculares. Foi escrito provavelmente no ano 63 d.C.
  • Evangelho de João - atribuído ao apóstolo João, filho de Zebedeu. Este evangelho começa com um prólogo filosófico e termina com as aparições de Jesus ressuscitado. Foi escrito no final do século I e tinha como objetivo complementar de diversas maneiras o registro que tinha sido fornecido sobre a história de Jesus pelos outros três evangelistas.
Os três primeiros evangelhos listados acima são classificados como os Evangelhos sinópticos. Isso porque eles contêm relatos semelhantes da vida e ensino de Jesus. Esses três evangelhos possuem várias dependências literárias. Há várias possíveis explicações para sua formação: Há quem afirme que o evangelho mais antigo seria o de Marcos, cuja data de escrita costuma ser calculada entre os anos 55 e 65 d.C. e pode ter servido de fonte sobre a vida de Jesus para Mateus e Lucas. Outra corrente de estudiosos mais liberais afirma que eles foram escritos com base em uma Fonte “Q” (de quelle, que significa "fonte" em língua alemã) que é desconhecida até os dias de hoje; Ou então com base no Evangelho segundo os Hebreus (65-100 d.C.), que sobreviveu apenas em fragmentos encontrados nas citações feitas por vários pais da igreja primitiva. Uma terceira explicação para a dependência literária dos evangelhos sinóticos afirma que o evangelho de Mateus foi escrito primeiro. Depois, Lucas utilizaria o evangelho de Mateus e o Evangelho segundo os Hebreus, além de outros evangelhos que circulavam na época. Por fim, o evangelho de Marcos seria fruto de uma palestra que Pedro deu com base nos evangelhos de Mateus e de Lucas.
Já o Evangelho de João é estruturado de forma diferente dos evangelhos sinóticos e inclui histórias de vários milagres e palavras de Jesus que não são encontradas nos outros três evangelhos.
Esses quatro evangelhos foram unanimemente aceitos como parte do Cânon Sagrado do Novo Testamento. Porém, eles foram apenas alguns entre os muitos outros evangelhos cristãos. A existência de tais textos é mencionada no início do Evangelho de Lucas (Lc 1:1-4). Outros evangelhos, como os chamados "evangelhos judaico-cristãos" ou o Evangelho de Tomé, oferecem uma ajuda precisa para entender o contexto do cristianismo primitivo. Além disso, esses outros evangelhos que não foram incluídos no Cânon Sagrado podem fornecer alguma ajuda na reconstrução do Jesus histórico.
A ordem em que os livros do Novo Testamento estão ordenados difere entre algumas tradições eclesiásticas. A Bíblia protestante, por exemplo, segue o ordem da organização encontrada na Bíblia da Igreja Católica Romana. Entretanto, a ordem do Cânon de Lutero é diferente. Fora da Europa Ocidental, onde se encontra a maioria católica e protestante, a Bíblia está organizada em ordens diferentes: o Novo Testamento da Bíblia eslava, siríaca e etíope não seguem a mesma ordem que das Bíblias ocidentais.
Os livros que entraram no Cânon Sagrado do Novo Testamento não foram às únicas obras da literatura cristã escrito nos primeiros séculos de nossa era. O processo de canonização dos livros dessa parte das Escrituras começou cedo, com textos sendo explicitamente rejeitados já no tempo dos discípulos. Essa decisão não era necessariamente baseada em avaliações da ideias religiosas ou da teologia da obra em questão, e sim em uma série de fatores.
Os livros que foram rejeitados pela igreja primitiva são chamados de pseudepígrafos. Eram livros considerados espúrios e heréticos pela igreja cristã dos século II e III, época em que surgiram esses textos. Nenhum pai da igrejaCânon, ou Concílio declarou que qualquer um dos pseudepígrafos seria canônico. Eusébio, assim com a maioria dos pais da igreja, chamou esses livros de "totalmente absurdos e ímpios".
Os livros pseudepígrafos foram escritos por comunidades gnósticasdocéticas e ascéticas. Os gnósticos eram uma seita filosófica que ensinava que a matéria é má, além de negarem a encarnação de Cristo. Já os docetas ensinavam a divindade de Jesus, mas negavam sua humanidade; diziam que Ele só tinha a aparência de ser humano. Os ascéticos ensinavam que Cristo tinha uma única natureza, que era um fusão entre o divino e o humano.
Esses livros contém certa curiosidade sobre os fatos não relatados nos livros canônicos, como a infância de Jesus, por exemplo. Segundo Norman Geisler, existem cerca de 280 obras dessa natureza. Para os cristãos, o único valor que esses livros têm são históricos, pois revelam a crença e o contexto de seus autores.
desenvolvimento do cânone do Novo Testamento foi um processo que ocupou boa parte dos primeiros anos do cristianismo. Para a Igreja Ortodoxa, o reconhecimento destes livros como autoritativos foi formalizado no Concílio Quinissexto, em 692, e reafirmado no Sínodo de Jerusalém (1672). A Igreja Católica tornou dogmática sua definição do cânone bíblico no Concílio de Trento, de 1546, uma reafirmação dos cânones do Concílio de Florença (1442) e, especialmente, dos concílios sinodais de Roma (382) e norte-africanos de Hipona (393)Cartago (397) e Cartago (419). Para a Igreja da Inglaterra, o cânone tornou-se dogma a partir da publicação dos Trinta e Nove Artigos em 1563. Para o calvinismo, a Confissão de Westminster fixou-o em 1647.
cânone do Novo Testamento é o conjunto de livros que os cristãos consideram como inspirados por Deus e que fazem parte do Novo Testamento da Bíblia cristã. Para a maioria das denominações cristãs, trata-se de uma lista de vinte e sete livros, dentre os quais os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, diversas epístolas e o Apocalipse.

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