LIVRO DE URÂNTIA
3. Deus é um Espírito Universal
“Deus é espírito”. Ele é uma presença espiritual universal. O Pai Universal é uma realidade espiritual infinita; Ele é “o soberano eterno, imortal, invisível; e o único Deus verdadeiro”. Ainda que sejais a “progênie de Deus”, não deveis pensar que o Pai seja como vós, na forma e no aspecto físico, porque foi dito que fostes criados “à sua imagem” — no entanto, sois resididos pelos Monitores Misteriosos vindos da morada central, da Sua eterna Presença. Os seres espirituais são reais, apesar de invisíveis aos olhos humanos; mesmo não sendo de carne e osso.
Disse o vidente de outrora: “Ei-Lo aqui, Ele passa a meu lado e não O vejo; Ele me ultrapassa, mas não O percebo”. Podemos observar constantemente as obras de Deus, podemos ser extremamente conscientes das evidências materiais da Sua conduta majestosa, mas raramente podemos contemplar a manifestação visível da Sua divindade, nem mesmo ver a presença do espírito que Ele delegou para residir no homem.
O Pai Universal não é invisível porque esteja escondendo-Se das criaturas inferiores, que têm apenas capacidades materiais reduzidas e dons espirituais limitados. A situação antes é: “Vós não podeis ver a Minha face, porque nenhum mortal pode ver-Me e viver”. Nenhum homem material pode contemplar o Deus espírito e preservar a sua existência mortal. É impossível aos grupos mais baixos de seres espirituais, e a qualquer ordem de personalidades materiais, aproximarem-se da glória e do brilho espiritual da presença da personalidade divina. A luminosidade espiritual da presença pessoal do Pai é uma “luz da qual nenhum homem mortal pode aproximar-se; que nenhuma criatura mortal tenha visto ou possa ver”. Mas não é necessário ver Deus, com os olhos da carne, para discerni-Lo pela visão da fé da mente espiritualizada.
A natureza espiritual do Pai Universal é compartilhada plenamente com o Seu eu coexistente, o Filho Eterno do Paraíso. Ambos, o Pai e o Filho, da mesma maneira, compartilham o espírito eterno e universal, plena e irrestritamente, com a Sua personalidade conjunta coordenada, o Espírito Infinito. O espírito de Deus é, em Si e por Si próprio, absoluto; no Filho, é inqualificável; no Espírito, é universal; e, em todos e por meio de todos Eles, é infinito.
Deus é um espírito universal; Deus é a pessoa universal. A realidade pessoal suprema da criação finita é espírito; a realidade última do cosmo pessoal é espírito absonito. Apenas os níveis da infinitude são absolutos; e apenas em tais níveis existe unicidade de finalidade entre matéria, mente e espírito.
Nos universos, Deus, o Pai, é, em potencial, o supracontrolador da matéria, da mente e do espírito. Somente por meio do imenso circuito da Sua personalidade é que Deus lida diretamente com as personalidades da Sua vasta criação de criaturas volitivas; no entanto, (fora do Paraíso) Ele é contatável apenas nas presenças das Suas entidades fragmentadas: a vontade de Deus na vastidão dos universos. Esse espírito do Paraíso, que reside na mente dos mortais do tempo e que impulsiona a evolução, na criatura sobrevivente, de uma alma imortal, é da mesma natureza e divindade que o Pai Universal. No entanto, como as mentes dessas criaturas evolucionárias originam-se nos universos locais, elas devem alcançar a perfeição divina, realizando as transformações experienciais, de alcance e de realização espiritual, que são um resultado inevitável da escolha da criatura de fazer a vontade do Pai nos Céus.
Na experiência interior do homem, a mente encontra-se vinculada à matéria. E as mentes, vinculadas assim à matéria, não podem sobreviver ao perecimento mortal. Abraçar a técnica de sobrevivência é fazer as transformações na mente mortal e os ajustamentos da vontade humana, por meio dos quais tal intelecto, consciente de Deus, deixa-se gradualmente ensinar pelo espírito e, finalmente, deixa-se guiar por ele. Essa evolução da mente humana, a partir da associação material, até a união com o espírito, resulta na transmutação das fases, potencialmente espirituais, da mente mortal, nas realidades moronciais da alma imortal. A mente mortal se for subserviente à matéria, está destinada a tornar-se cada vez mais material e, conseqüentemente, a sofrer uma extinção final da personalidade; a mente entregue ao espírito está destinada a tornar-se cada vez mais espiritual e, finalmente, a realizar a unificação com o espírito divino, que é sobrevivente e que é o guia para, desse modo, conseguir-se a sobrevivência e a eternidade de existência da personalidade.
Eu procedo do Eterno e tenho, repetidamente, retornado à presença do Pai Universal. Sei da realidade e da personalidade da Primeira Fonte e Centro, o Pai Eterno e Universal. Conquanto o grande Deus seja absoluto, eterno e infinito, eu sei que Ele também é bom, divino e pleno de graças. Sei da verdade das grandes declarações: “Deus é espírito” e “Deus é amor”; e esses dois atributos foram revelados e estão revelados ao universo, da forma mais completa, pelo Filho Eterno.
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